Seleção Brasileira perde a final do Futebol PC por 3 x 1 contra a Argentina e fica com a medalha de prata nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens, em Bogotá.
A expectativa pela grande rivalidade entre as principais potências no futebol sul-americano não se fez por menos e Brasil e Argentina protagonizaram uma final memorável. Num torneio onde todos os times se enfrentam (round robin), no primeiro encontro dessas seleções, um empate de alto nível já avisava ao público o show de futebol que viria durante todo o campeonato.
Do lado argentino, uma defesa muito bem estruturada, tendo sofrido somente 3 gols em toda a competição, todos canarinhos (primeiro jogo contra o Brasil ficou 2 x 2). Do lado brasileiro, a “máquina de atacar”, conforme disse o Presidente da Federação Colombiana de Futebol PC Gustavo Henado, balançando as redes adversárias 21 vezes.
No primeiro tempo da final, com cartão amarelo pra cada lado, ambos os times defendem bem, com André Santos chegando perto de pontuar depois do passe de Ângelo Matheus que, em pouco tempo depois, também cabeceia pra fora. O gol argentino veio com Renzo Alaniz, aos 28 minutos. O Brasil não se abate e, no minuto seguinte, Cesar Augusto, o Cesinha, empata o placar.
No segundo tempo, Ângelo oferece bastante perigo à zaga argentina, acertando a trave e chutes rentes ao travessão. A partida segue nervosa e truncada, com provocações e faltas de todos os lados, até que o próprio Ângelo recebe o segundo cartão amarelo por uma falta dura e é expulso do jogo. O embate, que até então estava bem equilibrado, começou a pender com um jogador a menos. Para o Diretor Técnico Leonardo Baideck, esse foi o ponto-chave: “depois que tomamos o segundo gol avançamos o time mesmo com um a menos, já que estávamos no final do tempo e precisávamos marcar. A Argentina aproveitou a superioridade numérica.” Já nos acréscimos, Bautista Carboneti consolida o placar com 3 gols argentinos contra 1 brasileiro. Na sequência, mais cartões amarelos para os dois lados, Cesinha recebe o segundo e também é expulso.
O gosto da medalha de prata é amargo, diante da eterna rival, mas vale ressaltar que o time brasileiro não conta com suporte financeiro por não fazer parte do programa dos Jogos Paralímpicos. Assim, não mantém temporadas de treinamentos, não tem seletivas regionais, nem possui calendário fechado de competição nacional, contando exclusivamente da determinação na gestão da associação que regula a modalidade, a ANDE, em tratativas de acordos e patrocínios, do apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro e da garra dos bravos jogadores. A jovem Seleção Brasileira se despede de Bogotá e logo menos haverá a formação da equipe principal que disputará os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, Chile, em novembro deste ano.