Uma das modalidades mais recentes, o Frame Running, conhecido no Brasil como Petra – e que até recentemente era chamada internacionalemnte de racerunning – é praticada no país desde 2009 por iniciativa da ANDE. Criada na Dinamarca, ela é mais uma opção para atletas com paralisia cerebral, que correm em seus próprios pés apoiados em um suporte.
No Frame Running, atualmente, os atletas são classificados nas classes RR1, RR2 e RR3 e após os Jogos de Tóquio entra em vigor o novo sistema de classificação come T71 e T72.
Mas e o apelido Petra? Ele é uma homenagem ao mascote homônimo das Paralímpiadas de Barcelona de 1992, que demonstrou uma performance incrível na modalidade.
Regras
O equipamento parece uma bicicleta, mas não é. Ele conta com suporte para o tronco, assento, guidão e três rodas. Sentiu falta de alguma coisa? Pois é, os atletas não usam pedal, mas sim seus próprios pés para correr ou caminhar.
Anualmente, realizamos:
1 campeonato nacional, com 38 participantes, sendo 14 atletas.
A CPISRA, entidade que organiza o esporte no âmbito internacional, realiza:
1 campeonato mundial.
A Classificação Funcional:
Para competir na Petra, um atleta deve demonstrar limitação ativa como resultado de pelo menos uma das seguintes deficiências, de acordo com a CPISRA, entidade internacional responsável pela modalidade.
a) Hipertonia
b) Discinesia
a. Distonia b. Corea c. Atetose
c) Ataxia
No Brasil, a ANDE é a responsável por esta modalidade.
As classes funcionais são:
RR1:
Nesta classe, apenas são observados padrões brutos de movimento, flexão e extensão, com propulsão de perna ineficaz. Espasticidade de grau 3 e / ou 4 nas extremidades inferiores, grau 3 nas extremidades superiores. Esta é a classe de atletas com atetose severa, espasticidade, ataxia, distonia, hipotonia ou com comprometimento neurológico misto.
RR2:
Os atletas desta classe têm espasticidade, atetose, distonia, ataxia ou fraqueza que limita os movimentos de empurrão efetivos das extremidades inferiores, de intensidade moderada.
RR3:
Os atletas desta classe terão envolvimento leve a moderado em uma ou ambas as extremidades superiores, controle de tronco justo a bom e comprometimento moderado nas extremidades inferiores, com a capacidade de isolar movimentos das extremidades inferiores.
Após os Jogos Paralímpicos de Tóquio a classificação funcional sofrerá uma reestruturação e ficará assim:
T71
Esses atletas usam suporte de mobilidade que requer assistência física ou motorizada. Dentro de casa, para distâncias curtas, alguns podem ser capazes de caminhar uma curta distância com ajuda física ou de um andador de suporte corporal, mas a maioria não o fará. Esses atletas geralmente usam uma cadeira de rodas manual com assistência física (não autopropulsora) ou uma cadeira de rodas motorizada.
A função da mão pode variar, mas muitos atletas desta classe têm capacidade limitada de agarrar e manipular objetos. Eles geralmente usam equipamentos adaptados ou assistência para preparar ou adaptar a tarefa.
Os atletas desta classe têm grande dificuldade com o controle e coordenação de seu tronco e membros inferiores na produção de movimentos funcionais para corrida adaptativa, limitando severamente sua capacidade de acelerar e alcançar uma propulsão eficiente. Eles têm controle de passada pobre e são mais propensos a apresentar arrastamento do pé, levantamento deficiente do joelho e passadas severamente encurtadas, assimetria e / ou nenhum movimento alternativo da perna (isto é, mover ambas as pernas juntas ou usando uma perna). Muitos terão dificuldade ou não serão capazes de se transferir para o quadro de forma independente e manobrar o quadro até a linha de partida.
T72
A maioria dos atletas nesta classe será capaz de caminhar distâncias curtas com ou sem apoio, mas alguns podem ser incapazes de andar mesmo com apoio.
Durante a corrida ergométrica, a maioria dos atletas desta classe produz movimentos recíprocos das pernas. Alguns atletas adotam um padrão de propulsão assimétrico ou unipodal, mas isso não restringe severamente a propulsão. Alguns atletas nesta classe mudam de um padrão de corrida para outro após a fase inicial. Os atletas têm equilíbrio central de razoável a bom e são capazes de acelerar com eficácia. Os atletas podem apresentar passadas encurtadas ao longo da corrida, mas alcançam uma propulsão eficaz. O arrasto do pé é improvável.
*Todos os atletas devem atingir Critérios Mínimos de Elegibilidade para Hipertonia, Ataxia e Atetose conforme estabelecido no Manual de Classificação da WPA.
Após o expressivo resultado obtido no Campeonato Mundial da Dinamarca em 2017 em que o Brasil conquistou 05 medalhas de prata, a Seleção Brasileira de Petra aguarda decisão de Comitê Paralímpico Internacional de considerar a Petra modalidade do programa paraolímpico ou agregar disputas de Petra ao programa de provas do Atletismo. Essa decisão pode vir já para os Jogos de Tóquio 2020 ou para Paris 2024.
No ano de 2017, importante decisão foi tomada junto ao Comitê Paralímpico Brasileiro de agregar o Campeonato Brasileiro de Petra a última etapa nacional do Circuito Loterias Caixa. Com isso a modalidade ganhou visibilidade nacional e várias instituições e atletas já vieram procurar a ANDE com o intuito de passar a praticar a modalidade com o foco voltado para os índices e competições internacionais.
Em 2018 foi incluída oficialmente como prova nos campeonatos mundiais de para atletismo e tudo indica que estará no programa paralímpico de paris 2024.