A Bocha é uma modalidade que abre portas para pessoas com grau severo de comprometimento motor e/ou múltiplo e está em mais de 50 países em todo o mundo. Ela pode ser jogada individualmente, em duplas ou em equipes, e é mista – homens e mulheres competem juntos e igualmente. Além de atletas PC, também podem participar pessoas com outras deficiências, desde que tenham o grau de deficiência exigido e comprovado.
Regras
São 13 bolas, sendo seis azuis, seis vermelhas e uma branca – todas são confeccionadas com fibra sintética e pesam cerca de 280g. O objetivo é aproximar o maior número de bolas coloridas da branca, que, é conhecida como Jack. Para isso, é preciso habilidade e eficiência, além, é claro, das técnicas e táticas adequadas.
São quatro classes, de acordo com o grau da deficiência do atleta:
BC1
– Destinada apenas para atletas PC, que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar para entregar a bola.
BC2
– Aqui, nenhum auxiliar é permitido e um suporte ou cesto para bola pode ser adaptado. Na classe BC2, o atleta apresenta quadro de paralisia cerebral.
BC3
– É o atleta com maior grau de comprometimento motor. Neste caso, ele é assistido por alguém, que tem a função de direcionar a calha seguindo exatamente as indicações do jogador.
BC4
– Nesta classe, os atletas tem qualquer outro quadro de origem não cerebral, como distrofia muscular progressiva, esclerose múltipla, lesão medular com tetraplegia, etc.
Anualmente, realizamos:
Seis campeonatos regionais com um total de 1200 participantes, sendo 480 atletas.
Dois campeonatos nacionais, com 420 participantes no total, sendo 160 atletas.
Os competidores de elite também participam de Campeonatos Internacionais organizados pela federação internacional(BISFed). Em um ciclo de quatro anos, são:
ANUAIS
Open Regional de Bocha – Campeonato aberto para países do mesmo continente.
Open Mundial de Bocha – Campeonato aberto para países de todo o mundo.
A CADA 2 ANOS
Campeonato Continental de Bocha – Copa América, Campeonato Europeu, Campeonato Asiático.
A CADA 4 ANOS
Campeonato Mundial de Bocha.
Jogos Parapanamericanos.
Jogos Paralímpicos.
Arbitragem
O árbitro é a garantia que as regras serão bem aplicadas, já que sua intervenção vai além da aplicabilidade correta das regras, mas sim de um conjunto de fatores que buscam clareza e fluidez das partidas, de modo a não interferir na dinâmica.
Desenvolvida por árbitros, juízes, apontadores, cronometristas e fiscais de linha, as atividades incluem organizar, qualificar, votar, anotar, medir, aplicando estatutos, códigos e regras específicas para determinada a modalidade, mas também lidar com outras pessoas, situações com adrenalina e, até, possíveis embates e conflitos.
No caso da Bocha Paralímpica, contamos com árbitro principal, cronometrista e fiscal de linha, todos formados pelos Cursos de Formação de Árbitros de Bocha, organizados pela Ande. Eles são realizados de acordo com a demanda apresentada pelas federações, municípios, entidades e demais interessados e não exigem qualquer pré-requisito. No fim, o árbitro compõe o banco de dados e pode ser convocado para atuar em diversas competições, de acordo com as seguintes categorias:
TRAINEE
ASPIRANTE A REGIONAL
REGIONAL
NACIONAL I
NACIONAL II
INTERNACIONAL (certigicadao pela Federação Internacional de Bocha – BisFed)
Cada agente tem a sua função. Confira!
Árbitro de linha:
responsável por averiguar se há algum material, roupa, equipamento ou acessório que esteja ultrapassando de forma irregular o espaço designado para os atletas realizarem seus lançamentos. Além disso, auxilia para identificar alguma comunicação inapropriada entre atletas e assistentes desportivos, ou técnicos ou qualquer outra pessoa que queira se comunicar de forma irregular. Auxilia também no recolhimento das bolas lançadas, no remanejamento das bolas não lançadas ou ainda das bolas retraídas, posicionando-as nos espaços específicos. Ele deve estar sempre bem posicionado, atento, concentrado e em sintonia com o árbitro principal, para repassar ao árbitro principal qualquer irregularidade.
Cronometrista:
responsável por manusear os equipamentos que indicam o tempo, além de informar, de acordo com a regra, o tempo restante que os atletas ainda têm para lançamento (1 minuto, 30 segundos, 10 segundo e tempo final). Assim, o cronometrista indica nos equipamentos, quantos pontos cada atleta possui, qual parcial o jogo está e o tempo de aquecimento, entre parciais e o tempo de cada atleta nos parciais.
Árbitro principal:
responsável pele sorteio, pela conferência e preenchimento da súmula, condução do aquecimento, aplicabilidade das regras em todas as ações que envolvem o jogo. Cabe ao árbitro principal às tomadas de decisão, diálogos, explicação das violações, medições, intermediação da regra para situações reais de jogo. Para isso, ele usa alguns equipamentos como raquete, escalímetro, compassos, lanterna e trena.
É um trabalho que requer competência, imparcialidade, autoridade, conceito de regulamento, preparação física e psicológica. Além de responsabilidade, exatidão, notório conhecimento, dedicação, estudo, boa postura, bom posicionamento, capacidade de percepção para situações adversas, capacidade de identificar situações irregulares de forma discreta e precisa, tranquilidade e aplicação rigorosa das regras.
Manual de Procedimentos de Arbitragem:
Lançado em outubro de 2020, o Manual de Procedimentos de Arbitragem de Bocha, é material de conhecimento obrigatório para qualquer árbitro no Brasil.
A classificação refere-se ao processo em curso pelo qual os atletas são avaliados para determinar o impacto de sua deficiência física no desempenho desportivo e garantir que haja justiça para todos os atletas dentro do esporte. A classificação fornece uma estrutura de competição e ocorre em um nível de clube, estadual, nacional, regional e internacional.
Todos os atletas elegíveis para participar de Bocha devem receber uma classificação inicial de sua Federação Nacional, neste caso a ANDE. A classificação deve ser realizada de acordo com as diretrizes estabelecidas na Classificação BISFed e perfis desportivos, e os Classificadores nacionais devem ser treinados de acordo com as Regras de Classificação BISFed, a entidade internacional que rege a Bocha.
As classes funcionais:
BC1:
Atletas que são diagnosticados com Quadriplegia Espástica ou Atetose ou que podem ter uma imagem mista, incluindo aqueles com Ataxia grave.
Os jogadores desta classe lançam a bola com a mão ou o pé. Eles podem competir com um assistente que fica fora do box (área de jogo do competidor), para estabilizar ou ajustar sua cadeira de jogo e dar a bola ao jogador quando solicitado.
BC2:
Atletas que são diagnosticados com Quadriplegia Espástica ou com Atetose/Ataxia.
Jogadores nesta classe jogam a bola com a mão. Eles não são elegíveis para assistência.
BC3:
Atletas que se encaixam no perfil físico de um atleta BC1 ou BC4 (conforme detalhado em cada perfil físico), mas que não conseguem segurar / jogar a bola, podem ser elegíveis como um atleta BC3 desde que atinjam os critérios abaixo.
Os jogadores desta classe apresentam disfunção locomotora muito grave nas quatro extremidades. Os jogadores desta classe não têm uma ação sustentada ou liberada e, embora possam ter movimento do braço, eles têm uma amplitude de movimento insuficiente para impulsionar uma bola de Bocha para a quadra. Eles podem usar um dispositivo assistivo, como uma rampa(calha) para entregar a bola. Eles podem competir com um assistente(calheiro); Os assistentes devem manter as costas para a quadra de jogo e não podem se virar para ver a partida.
BC4:
Atletas que são diagnosticados com condições de origem NÃO cerebral central que não possuem espasticidade, ataxia ou atetose.
Os jogadores nesta classe apresentam disfunção locomotora grave de todas as quatro extremidades, além de controle do tronco. Eles podem demonstrar destreza suficiente para jogar a bola na quadra. Os jogadores não são elegíveis para assistência.
Coordenador da Seleção: Moisés Fabrício Técnico BC1/BC2: Luiz Carlos de Araújo Técnico BC3: Vagner Lima Técnico BC4: Carol Alves Fisioterapeuta: Wesley Saggiani Preparador Físico: Paulo Santos Analista de Desempenho: Mateus Silva
A filosofia de trabalho da atual comissão técnica é pautada no trabalho democrático e na valorização e harmonização do grupo. Acreditamos num trabalho de sinergia de todos os setores da seleção, Atletas, Comissão técnica, fisioterapeutas, Classificadores e Staffs deverão estar em entrelaçados para alcançar o sucesso e retomar os bons e importantes resultados.
A inclusão de sub projetos que irão alimentar, ainda mais, o trabalho técnico da seleção é de extrema importância também , criação da equipe de Estratégia, Projeto Banco de Dados, Projeto Radar, Trainning Camp são umas das novidades que a atual gestão trouxe e usará para cada vez mais deixar a Seleção Brasileira de Bocha mais transparente e democrática e também adequada e atualizada ao que o Mundo faz.
Equipe Estratégia.
Criação de uma equipe multi disciplinar para desenvolver e fomentar aspectos técnicos inerentes da modalidade que possam vir acrescentar na melhora das informações e ações de nossas atletas, para assim traçarmos um caminho estratégico de nossa seleção.
Banco de Dados.
Mapeamento de quantidade e qualidade de nossos atletas e dos atletas internacionais. Em execução, Atletas nacionais (90%) completo e Internacional (10%)
Projeto Radar.
Observatório em Campeonatos Regionais e Nacionais de novos talentos e atletas que tenham desempenho técnico e físico notável e diferenciado que futuramente possam vir a representar a Seleção Nacional 100% já em execução
Software de Análise de Desempenho Criação do programa especifico da Bocha Paralímpica de Análise de Desempenho de atletas e equipes.
Criação de APP.
Criação de um APP para armazenamento de Banco de Dados de Atletas e equipes.
Training Camp.
É a integração e participação de Clubes e atletas brasileiros em um Treino oficial da seleção brasileira pré-competição , onde tem como objetivo iniciar a ativação do ritmo de jogo, acertos e últimos ajustes, integração e harmonia com atletas brasileiros e por fim democratizar as ações que são realizadas no grupo nacional.
Mais do que qualquer coisa, o objetivo do Bocha Challenge é a diversão. A meta é derrubar o maior número de pinos que o atleta conseguir, mas tem um detalhe: são só três bolas.
Seis pinos de cada cor são colocados em três zonas diferentes da quadra, cada uma com uma pontuação diferente. Na terceira zona, dois pinos ficam a 1 m da linha lateral, com a distância de um pino entre eles. Cada um vale três pontos. Na zona dois, mais dois pinos são colocados a 3 m do fundo e 2 m da linha lateral, com espaço de 1 pino entre eles, e cada pino vale 2 pontos. Na zona 1, os dois últimos pinos são colocados do mesmo lado nos vértices do quadrado central e cada pino vale 1 ponto. Os pinos da zona 2 e 3 devem ser arrumados da seguinte maneira: após medir a distância coloque a marcação no chão do 1º pino. Do lado mais próximo do centro da quadra, deve estar um pino colado no primeiro e mais um colado no segundo. Agora é só retirar o do meio e já estarão no ponto certo.
Os pinos azuis ficam do lado esquerdo da quadra e os vermelhos do lado direito, justamente porque o atleta que jogará com bolas vermelhas precisa derrubar os pinos do seu adversário e vice-versa.
O atleta de vermelho utiliza os boxes 1 e 2 e o de azul, os boxes 5 e 6. Os dois atletas vão jogar ao mesmo tempo e assim terão liberdade e espaço para isso. Nas classes BC1, BC2 e BC4, cada atleta terá 1m30s para lançar suas 3 bolas e na classe BC3 terá 2m30s.
O relógio começa a correr com a autorização do árbitro, que no fim do tempo – ou das três bolas, faz a contagem e informa o resultado.
Mais um detalhe! Caso o atleta derrube o pino do outro time, este pino conta como ponto para o adversário.
O mais legal de tudo isso é que cada atleta busca o próprio resultado, e não prejudicar o adversário. No fim de todos os jogos da primeira rodada, os dois atletas de maior pontuação na sua classe, avançam para a final.
Os pontos e o tempo da final serão somados com os da primeira rodada e então conheceremos o campeão de cada classe.
O Bocha Challenge Game vai acontecer sempre após a última partida de semifinal, e os quatro atletas de cada classe que estiverem disputando 1º, 2º, 3º e 4º lugares não poderão participar.
Todos os atletas da classe BC1 começam jogando a primeira, na sequência jogam BC2, BC4 e por fim, BC3. Após o fim da rodada classificatória, todas as classes voltam ao mesmo tempo para as rodadas semifinal e final.
Ah! Apenas o 1º colocado de cada classe será premiado.