A seleção brasileira de jovens de bocha paralímpica, composta por dez atletas, encerrou a competição com nove medalhas, sendo sete de ouro, uma de prata e uma de bronze. Contando pontos para o ranking internacional, essa competição é estratégica, segundo o Diretor Técnico Leonardo Baideck, especialmente no contexto do projeto de renovação da seleção, que visa preparar novos talentos para o futuro do esporte:
“O ranking mundial foi atualizado após os Jogos Paralímpicos de Paris e continuará sendo ajustado com base nos resultados das próximas competições. Após o Cali 2024, o foco será o Campeonato Mundial de 2026, que acontecerá na Coreia do Sul. Estamos integrando atletas jovens ao nosso time principal como parte de um projeto de desenvolvimento iniciado há dois anos. Esse processo de renovação é de longo prazo e já vemos resultados, com jovens alcançando pódios em competições regionais e internacionais”, explicou Baideck.
A convocação para o Cali 2024 incluiu alguns estreantes, como o atleta BC1 Hemerson Rafael, do clube pernambucano ADVISA, a Joice Sousa Lira, BC4, de Rondon, Pará, e Jonathan de Oliveira Paulo, da classe BC3, da APPD de São José dos Campos, que participaram pela primeira vez de uma competição internacional após passarem por fases de treinamento.
Jonathan viveu um campeonato de fortes emoções. Na competição individual, o problema foi com a calha, seu equipamento de trabalho, que quebrou no meio da partida contra o colombiano Cristian Lopez, terminando a partida em 4 a 1 a favor do adversário. Dentro do sistema todos-contra-todos (round robin), este foi o único ponto perdido do brasileiro, garantindo assim, a prata (somente atrás do colombiano, que venceu todas as partidas que disputou). Voltando às quadras agora ao lado de Jessika Azevedo, pelo Par BC3, também contra o time da casa colombiano, foi a vez da cadeira motorizada dar problema. Sem bateria, o joseense teve que repensar suas jogadas e agir com estratégia: “Tentei agilizar o máximo porque quando descarrega a cadeira fica lenta. A cadeira desligou. Liguei de novo e segui o jogo. Me mexia um pouco e ela desligava, eu ligava de novo e assim foi.” Apesar das adversidades, Jonathan se manteve resiliente e disposto a aprender com os técnicos brasileiros: É como o Zezinho (José Guardia, técnico do clube APPD e da Seleção Brasileira Principal), o Mateus (Mateus Silva, assistente técnico da seleção) e o Darlan (Darlan França, técnico da seleção de jovens) dizem, temos que estar prontos pra tudo. Pode estar caindo o mundo do nosso lado, mas enquanto o árbitro não encerrar o jogo, o nosso foco tem q estar 100% na quadra” finalizou. O Par BC3 perdeu esse jogo contra a Colômbia mas conquistou a medalha de ouro diante da pontuação geral.
De modo geral, os donos da casa foram uma pedra no sapato do Brasil. Confira abaixo os resultados:
BC1 Feminino – 1 medalha de ouro
Contando somente com uma adversária da mesma classe na competição, Beatriz Chagas venceu facilmente as duas partidas contra a colombiana Luz Genes com placares de 4 a 3 e 4 a 2, conquistando a medalha de ouro.
BC1 Masculino – 1 medalha de ouro e 1 medalha de bronze
O estreante em seleção brasileira Hermeson Rafael venceu todas as partidas que disputou, conquistando facilmente a primeira colocação. Igor Makita, outro brasileiro na mesma classe, venceu a partida contra o canadense Kyle Nicholas por 8 a 0. A acabou perdendo o segundo jogo por 4 a 5 numa partida duríssima contra o peruano Roly Castro. Os brasileiros se encontraram em quadra, com vitória para Hemerson. O brasiliense Igor conquistou a medalha de bronze vencendo por 4 a 3 Wyatt Struxness, dos EUA.
BC2 Feminino
A sul-mato-grossense Clarice Sobreira venceu duas partidas e perdeu outras duas, ficando na quarta posição da classe.
BC2 Masculino
Eduardo dos Santos perdeu a semifinal para Mario Sayes, de El Salvador, com placar de 4 a 3. Na disputa do bronze, o brasileiro perdeu para o canadense Olivier Roy por 10 a 0.
BC3 Feminino
A potiguar Jessika Azevedo, auxiliada por Josenildo Agostinho, teve resultado “longe do que esperava” no individual, pelas suas próprias palavras, e acabou perdendo três das quatro partidas disputadas.
BC3 Masculino – 1 medalha de prata
Jonathan de Oliveira, auxiliado por Andreia Alves, perdeu somente uma partida, onde enfrentou problemas técnicos contra o colombiano Cristian Lopez, perdendo por 4 a 1, conforme visto no texto acima. O saldo de pontos lhe garantiu a segunda colocação da classe.
BC4 Feminino – 1 medalha de ouro
Joice Lira voltou com a medalha de ouro para Rondon, no Pará. A brasileira perdeu somente para a colombiana Laura Toro mas conquistou a primeira colocação no saldo total.
BC4 Masculino – 1 medalha de ouro
O potiguar José Antônio também garantiu o ouro vencendo todas as partidas no grupo. O jogo mais desafiador foi a semifinal contra Cesar Quispe, do Peru, onde venceu no tie-break depois de empatar em 2 a 2. A final foi contra o colombiano Duban Cely, vencendo por 4 a 2.
Outro brasileiro na classe, Hiudy Kaue venceu um jogo e perdeu dois, não avançando da fase de grupos.
Par BC3
Jessika Azevedo e Jonathan de Oliveira conquistaram a primeira colocação após vencerem os Estados Unidos, por 3 a 2, e Canadá, por 4 a 2. Com problemas na cadeira motorizada de Jonathan, o Brasil acabou perdendo pra Colômbia após o tie-break, mas garantiram o ouro no saldo de pontos.
Par BC4
Joice Lira e José Antônio venceram o Chile por 4 a 2 e o Peru por 8 a 3, mas perderam para a Colômbia por 8 a 0. No somatório geral dos pontos, a dupla brasileira conquistou a insígnia dourada.
Equipe BC1/BC2
O time brasileiro, composto por Igor Makita, BC1, Beatriz Chagas, BC1, e Eduardo Santos, BC2, venceu todas as partidas disputadas. Contra os Estados Unidos, 8 a 6, Contra Colômbia, 5 a 3, e contra o Canadá 6 a 3, garantindo mais uma medalha de ouro brasileira.
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